quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fertirrigação


A fertirrigação é uma prática de manejo que consiste na aplicação de fertilizantes dissolvidos em água diretamente na irrigação, também podendo ser aplicado por costais e máquinas, assim como defensivos agrícolas.

Pinto et al. (2009) cita que a fertirrigação é uma das maneiras mais eficientes e econômicas de aplicar fertilizantes às plantas, pois aplicando-se os fertilizantes em menor quantidade por vez, mas com maior frequência, é possível manter um teor uniforme de nutrientes no solo durante o ciclo da cultura, o que aumentará a eficiência do uso de nutrientes pelas plantas e, consequentemente, a produtividade.

A fertirrigação foi utilizada no Brasil pela primeira vez em 1976 (Empraba hortaliças, 2009) em um experimento de tomate realizado pelo pesquisador Osmar Carrijo. De lá para cá, tem sido aperfeiçoada e cada vez mais utilizada pelos produtores brasileiros, nas mais variadas culturas.

Pode-se aplicar fertilizantes comerciais diluídos em água de irrigação ou certos resíduos orgânicos líquidos, como a vinhaça e efluentes de indústrias alimentícias, sendo comum a exigência de estudos e licensas ambientas para aplicação do segundo tipo de efluente mencionado (WIKIPÉDIA, 2009).

Segundo GUEDES (2009), uma das vantagens da fertirrigação é a aplicação subdividida em doses menores do fertilizante. Assim é possível fornecer à planta as quantidades requeridas de acordo com o estágio fenológico da cultura, quando os nutrientes são mais ou menos requeridos, de acordo com a curva de necessidade de cada espécie. O mesmo autor ainda cita que, se aliado ao gotejamento, a economia de fertilizantes pode ser vantajosa aliada à economia de água.


A distribuição da solução nutritiva (água + fertilizante) pode ser dada de diversas maneiras, dentre elas sugere-se:

a) Por bombeamento

O fertilizante é dissolvido em algum recipiente de grande porte, instalado antes do sistema que irá bombear a água para irrigação. Assim, a solução é puxada pelo bombeamento tal como a água de irrigação, e é fornecida para as plantas de acordo com o sistema a ser utilizado. Neste caso, quando desejar fornecer apenas água, fecha-se a entrada da solução, e quando deseja-se realizar a fertirrigação, fecha-se o fornecimento de água. A desvantagem desta prática é o possível enferrujamento do rotor da moto-bomba.

b) Por gravidade

Este sistema é similar ao anterior, diferindo pelo fato de que neste sistema não se utiliza de bombeamento, sendo assim, a solução é apenas puxada pela ação da gravidade. Este sistema é incompatível com irrigações que exijam altas pressões.


c) Tubo de Venturi



O tubo de venturi é um sistema de injeção de fertilizantes que pode ser usado após o sistema de bombeamento da água de irrigação. O tubo possui um estrangulamento que causa pressão negativa num ponto, fazendo com que a solução de fertirrigação seja succionada e puxada para dentro da tubulação que leva a água de irrigação. É uma técnica bastante eficiente, porém não funciona com sistemas de baixa pressão como gotejamento.


d) Vaquinha

É uma prática muito utilizada por produtores rurais onde conecta-se a tubulação de irrigação em ambos os lados de um recipiente, fazendo com que a água de irrigação entre por um lado e prossiga pelo outro. O fertilizante é jogado diretamente dentro do recipiente que irá se misturar a água de irrigação e seguir adiante. A desvantagem desse método é a falta de homogeneidade da solução fornecida.


No link abaixo pode-se encontrar informações completas e interessantes sobre fertirrigação*:


*Fonte das fotos do tubo de venturi e vaquinha.


Referências:

EMBRAPA HORTALIÇAS. Saiba o que é fertirrigação. Disponível em: www.cnph.embrapa.br/noticias_not31a.htm . Acessado em: 23 de outubro de 2009.
GUEDES, I.M.R. Ciência na agricultura: Fertirrigação. Agosto de 2009. Disponível em: http://scienceblogs.com.br/geofagos/2009/08/ciencia_na_agricultura_fertirr.php. Acessado em: 23 de outubro de 2009.
PINTO, J.M.; BASSOI, L.H.; SOARES, J.M. Manejo da fertirrigação. Disponível em: www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia22/AG01/arvore/AG01_53_2411005115222.html. Acessado em: 23 de outubro de 2009.
WIKIPÉDIA, A enciclopédia livre. Fertirrigação. Disponível em: www.pt.wikipedia.org/wiki/Fertirriga%C3%A7%C3%A3o. Acessado em: 23 de outubro de 2009.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aspersão Mecanizada

Guilherme Augusto Biscaro

Um sistema de aspersão mecanizado tem por principais objetivos realizar a irrigação em grandes áreas (nas quais se tornaria inviável técnica e economicamente a utilização de sistemas convencionais), elevar a eficiência de aplicação de água e diminuir os custos com mão-de-obra. Para que ocorra a movimentação, o aspersor (ou o conjunto de aspersores) é montado sobre um sistema mecânico dotado de rodas.

Linha Lateral Móvel
Este sistema é composto por uma linha lateral que se desloca perpendicularmente à fonte fornecedora de água (que pode ser uma tubulação com hidrantes ou um canal de água).

Em geral, motores elétricos instalados nas torres de sustentação realizam sua movimentação de maneira sincronizada, enquanto a água é aplicada.




Pivô central



O pivô central é um sistema de irrigação no qual uma linha lateral suspensa por torres de sustentação dotadas de rodas e motores gira em torno de um ponto central, que é chamado de pivô.



O pivô é a fonte fornecedora de água e de energia elétrica. À medida que se desloca, a linha lateral vai aspergindo a água sobre a cultura.




Na maioria das vezes, na extremidade final da linha lateral do pivô central existe um aspersor de grande porte do tipo canhão, que permite um aumento na área coberta pela irrigação. Como nessa extremidade o pivô irriga uma área muito maior que a inicial, é necessário que a aplicação de água seja crescente no sentido pivô-canhão para que seja uniforme em toda a área.



Têm-se então basicamente duas opções para alcançar esse objetivo: ou se utilizam aspersores com vazões diferentes e crescentes ao longo da linha ou se altera o espaçamento entre eles, de maneira que, quanto mais distante do pivô, menos espaçados deverão estar os aspersores.


Uma característica marcante do pivô central é o fato de a área irrigada ser circular, o que implica na não aplicação de água nos cantos. Porém, já existe no mercado a opção de adquirir pivôs que aplicam água nesses cantos por meio de tubulações retráteis acionadas automaticamente. Atualmente algumas empresas fabricantes oferecem modelos que irrigam áreas irregulares e que podem ser movidos de um local para o outro, tracionado por tratores.




Modelos de Pivô Central

O sistema de pivô central pode ser dividido em quatro modelos:
a) Pivô central com difusores: o diâmetro do bocal ou tamanho do difusor aumenta assim que o mesmo se afasta do pivô. Por utilizar difusores em vez de aspersores, as gotas serão menores, devendo então ser instalado o mais próximo possível da cultura.

b) Pivô central com emissores de aplicação localizada: esses emissores são semelhantes aos difusores, porém permitem o molhamento de subcopa, onde o alcance do jato é menor e a taxa de aplicação é maior.

c) Pivô central com aspersores de tamanho variável: o tamanho do aspersor aumenta conforme se afasta do pivô.

d) Pivô central com aspersores de tamanho médio: os aspersores são todos do mesmo tamanho, diferenciado-se apenas o tamanho do bocal. Quanto mais longe do pivô, menor é o espaçamento entre os aspersores.
Canhão

O canhão é um aspersor de grande porte que é instalado na extremidade da linha lateral do pivô central e que tem como função aumentar o tamanho da área irrigada. Ele pode possuir uma pequena motobomba acoplada cuja função é fornecer-lhe mais pressão, permitindo assim um maior raio de alcance. Com isso consegue-se uma maior área irrigada, reduzindo o custo do pivô central por hectare.

Porém, em áreas de ventos fortes, poderá ocorrer interferência no alcance e na eficiência de aplicação de água desse canhão, devido à deriva.


Autopropelido

O autopropelido é um aspersor do tipo canhão, montando sobre um sistema mecânico dotado de rodas. É rebocado por um trator, a uma determinada distância, e depois recolhido por meio de um carretel enrolador acionado por um mecanismo hidráulico. O canhão, ao ser recolhido pelo carretel, promove a irrigação de uma faixa da área, sendo necessária a mudança de sua posição pelo operador para irrigar a área adjacente. Em uma mesma área pode haver um ou mais autopropelidos.